Celebração e Reconhecimento: Joaquim Moreira e a Certificação de Quilombo
Na atmosfera de celebração e reconhecimento, Joaquim Moreira, um agricultor de 86 anos, experimentou um momento marcante em sua vida ao receber o certificado de autorreconhecimento de sua comunidade como remanescente de quilombo. Este evento simboliza não apenas a validação de uma rica herança cultural, mas também um passo significativo na luta pela preservação da memória e pela justiça social no Brasil.
Momento Histórico
Joaquim Moreira, vestido com dignidade em sua camisa de botão azul e chapéu preto, recebeu o certificado das mãos de figuras importantes, marcando um reconhecimento oficial de sua comunidade em Antinha de Baixo como um quilombo. Este momento foi ainda mais especial por ocorrer durante o aniversário de 37 anos da Fundação Cultural Palmares.
Raízes Profundas
Desde a infância, Moreira aprendeu com seus antepassados a cultivar a terra de sua família, uma tradição passada por gerações. Essas raízes agrícolas e culturais são um testemunho da conexão profunda que sua família e comunidade têm com a região.
Primeiros Passos para a Proteção
O certificado obtido é apenas o início de um processo mais amplo que inclui estudos antropológicos pelo INCRA para validar oficialmente a origem e a ocupação tradicional da comunidade no território. Este passo é crucial para garantir a defesa e o acesso continuado às políticas públicas.
Defesa Contra Injustiças
Historicamente, a região enfrentou disputas judiciais que ameaçaram deslocar famílias, mas o reconhecimento oficial ajudou a proteger a comunidade. A certificação atua como um escudo contra desocupações e outras formas de despojamento.
Reconhecimento Além das Fronteiras Rurais
A cerimônia também reconheceu a comunidade urbana de Baixa da Xanda em Parintins, mostrando a diversidade e a abrangência dos quilombos no Brasil. Este gesto sublinha a importância de reconhecer e valorizar todas as formas de heranças culturais quilombolas.
A Voz da Memória
Maria do Carmo Monteverde, da comunidade de Baixa da Xanda, compartilhou a história de sua família e da criação do Boi Garantido, destacando a importância de preservar a memória cultural para as futuras gerações.
Um Compromisso com a Democracia
O evento contou com a presença de figuras históricas e diplomáticas, reforçando o compromisso do Brasil com a igualdade e a democracia. A Fundação Cultural Palmares e parceiros como a UnB estão trabalhando para documentar e proteger o patrimônio quilombola.
Luta Contra o Racismo
A fundação lançou iniciativas para combater o racismo, incluindo uma cartilha de conscientização. Estas ações são fundamentais para educar e unir a sociedade brasileira na luta por equidade.
Valorização da Cultura Negra
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou a importância de valorizar e salvaguardar as contribuições culturais dos negros para a sociedade brasileira, essencial não apenas para a memória cultural, mas também para a soberania do país.
Resumo
O reconhecimento da comunidade de Antinha de Baixo como remanescente de quilombo é um marco importante na preservação da herança cultural afro-brasileira. Este evento não apenas honra a história e as lutas de Joaquim Moreira e de muitos outros, mas também reforça a necessidade de proteção e reconhecimento contínuos das comunidades quilombolas em todo o Brasil. A integração de ações governamentais e culturais nesse sentido demonstra um progresso significativo na luta pela justiça social e pelo respeito à diversidade cultural do país.