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Falecimento de Mino Carta: Legado do Fundador das Revistas Veja e Carta Capital

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Luto no Jornalismo: Mino Carta Falece aos 91 Anos

Mino Carta, um dos mais influentes jornalistas do Brasil, faleceu nesta terça-feira, 2 de outubro de 2023, em São Paulo. Com uma carreira marcada por grandes contribuições ao jornalismo, Carta foi o fundador e diretor de redação da revista Carta Capital, que se destacou por sua abordagem progressista.

Durante sua trajetória, Mino enfrentou problemas de saúde, com frequentes idas e vindas ao hospital, conforme informado pela própria publicação que liderava. Seu legado é inegável, tendo começado sua carreira na revista Quatro Rodas, da editora Abril, mesmo sem saber dirigir, o que se tornou uma de suas muitas anedotas.

A Trajetória de um Jornalista Visionário

Mino Carta nasceu em Gênova, Itália, e imigrou para o Brasil aos 13 anos, após a Segunda Guerra Mundial. Desde então, dedicou sua vida ao jornalismo, lançando importantes publicações como Veja, em 1968, IstoÉ, em 1976, e, mais tarde, Carta Capital, em 1994.

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A Carta Capital é reconhecida por sua visão progressista, contrastando com outras publicações que seguem uma linha mais conservadora. Mino sempre buscou ser a maior referência em jornalismo progressista no Brasil, tanto em formato impresso quanto digital.

Início e Contribuições no Jornalismo

Mino foi um dos fundadores do Jornal da Tarde, em 1966, e do Jornal da República, em 1979, este último em parceria com o jornalista Claudio Abramo. A tentativa de aproveitar a abertura política durante a ditadura militar foi um marco em sua carreira, embora o projeto tenha enfrentado dificuldades financeiras e políticas.

O Jornal da República, segundo Mino, "sofria a oposição dos jornalões", evidenciando a luta pela liberdade de expressão na época. Sua coragem em enfrentar a censura e os abusos de poder é um testemunho de seu compromisso com a verdade.

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Luta Contra o Autoritarismo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua tristeza pela perda de Mino Carta, relembrando como suas publicações eram uma voz contra os abusos dos poderosos durante o regime militar. Mino sempre se destacou por trazer à tona as questões sociais e políticas que afligiam a sociedade brasileira.

Em momentos de crise, suas palavras eram um chamado à resistência e à busca pela liberdade. Ele acreditava na importância do jornalismo como um instrumento de transformação social.

Reflexões sobre o Jornalismo Atual

Em uma recente entrevista ao jornalista Lira Neto, Mino fez críticas contundentes à subordinação do jornalismo às redes sociais e big techs. Para ele, a internet limitou a prática do jornalismo, fazendo com que a imprensa se tornasse refém das novas mídias.

Ele lamentou a tragédia do celular, afirmando que a tecnologia, em vez de promover o progresso, tem levado ao empobrecimento do pensamento crítico. Essa visão crítica do jornalismo empresarial e da "grande mídia" revela sua preocupação com a qualidade da informação.

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A Independência Editorial e Seus Desafios

Mino Carta era um defensor da independência editorial, consciente de que essa autonomia tem um preço. Ele reconheceu que as publicações são, em grande parte, sustentadas por publicidade e que isso pode comprometer a integridade do jornalismo.

Em suas palavras, poderia ter alcançado riqueza se tivesse se vendido de várias maneiras, mas optou por manter seus princípios. Ele viveu modestamente, afirmando que a única coisa que possuía era um apartamento que tentava vender.

Um Olhar Sombrio para o Futuro

Mino Carta também expressou sua visão sombria sobre o futuro do Brasil e do jornalismo brasileiro. Ele alertou que o país não tem saída, devido à permanência de um pensamento medieval representado pela Casa-Grande, uma referência a uma elite que perpetuou desigualdades ao longo da história.

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Este pensamento é um eco do legado escravocrata que ainda influencia a sociedade moderna. Sua análise crítica revela um profundo entendimento das raízes sociais e econômicas que afetam o Brasil.

O Legado de Mino Carta

A contribuição de Mino Carta ao jornalismo brasileiro é indiscutível. Ele deixou um legado que será lembrado não apenas pela qualidade de seu trabalho, mas também pela coragem de suas opiniões e pela defesa da liberdade de expressão.

Sua morte é uma grande perda para o jornalismo, que enfrenta desafios sem precedentes na era digital. Mino sempre será lembrado como um defensor da verdade e da justiça social.

Uma Voz que Ecoa na História

O impacto de Mino Carta vai além das páginas das revistas que editou. Sua luta contínua por um jornalismo ético e comprometido com a verdade inspirou gerações de jornalistas e cidadãos.

Em um momento em que a desinformação e a manipulação de dados são questões prementes, sua voz ressoa como um lembrete da importância de buscar a verdade e de questionar as narrativas dominantes.

Contribuições às Novas Gerações

Mino Carta foi mentor de muitos jornalistas que hoje seguem seus passos. Sua abordagem crítica e apaixonada pelo jornalismo foi uma inspiração para aqueles que buscam fazer a diferença em uma sociedade marcada por desigualdades.

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Ele sempre incentivou a próxima geração a não apenas informar, mas também a transformar a realidade através da notícia. Seu legado educacional e profissional continua vivo em cada um que se compromete com a verdade.

O Papel das Redes Sociais no Jornalismo

Em suas críticas, Mino destacou o papel das redes sociais na definição da agenda do jornalismo contemporâneo. Para ele, a dependência das plataformas digitais reduziu a capacidade da imprensa de investigar e reportar de forma autônoma.

A pressão por cliques e visualizações muitas vezes substitui a qualidade pela quantidade, um fenômeno que Mino lamentou profundamente. Ele acreditava que o verdadeiro jornalismo deve ser uma busca constante pela verdade, independente das tendências momentâneas.

A Importância da Memória no Jornalismo

Mino Carta também enfatizou a importância da memória na prática jornalística. Ele acreditava que recordar os erros do passado é fundamental para não repetir as falhas e para construir um futuro mais justo.

O reconhecimento das injustiças históricas é um passo essencial para promover mudanças sociais. Sua perspectiva histórica e crítica é um legado que deve ser preservado e passado adiante.

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A Reação do Público e da Comunidade

A morte de Mino Carta gerou uma onda de tributos e homenagens nas redes sociais. Muitas pessoas, incluindo colegas de profissão, expressaram sua admiração e respeito pelo jornalista que dedicou sua vida à causa da verdade.

A repercussão de sua morte é um testemunho do impacto que ele teve na vida de muitos. Sua voz será sentida por muito tempo, enquanto o público continua a refletir sobre suas contribuições.

O Lamento por um Grande Jornalista

A despedida de Mino Carta é um momento de reflexão para todos que valorizam o jornalismo de qualidade. Seu compromisso inabalável com a verdade e a justiça social é um exemplo a ser seguido.

A perda de figuras como Mino deixa um vazio no cenário jornalístico, mas também serve como um chamado à ação. A luta por um jornalismo ético e independente deve continuar em sua memória.

Resumo

Mino Carta, um ícone do jornalismo brasileiro, faleceu aos 91 anos, deixando um legado impressionante. Sua trajetória é marcada pela busca incessante pela verdade e pela defesa da liberdade de expressão, além de uma crítica contundente ao estado atual do jornalismo.

A memória de Mino Carta perdurará, inspirando futuras gerações a lutar por um jornalismo que realmente sirva ao público e à sociedade. Ele será sempre lembrado como uma voz corajosa em tempos de desafios e incertezas.

Créditos da Imagem: Agência Brasil.

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