Túnel Santos-Guarujá: Um Marco na Mobilidade Urbana
O leilão para a construção do túnel que unirá as cidades de Santos e Guarujá, no litoral paulista, promete ser um divisor de águas na mobilidade urbana da região. Com a participação de dois grupos internacionais, a espanhola Acciona e a portuguesa Mota-Engil, a expectativa é alta para o que será a primeira travessia submersa do Brasil.
A importância desse projeto vai além da infraestrutura, impactando diretamente a economia e a qualidade de vida das mais de 720 mil pessoas que habitam essas cidades. O leilão ocorre na próxima sexta-feira (5), na B3, a bolsa de valores de São Paulo, e a concessão vencedora será responsável pela construção, operação e manutenção do túnel por um período de 30 anos.
O Leilão e as Empresas Envolvidas
O leilão para a construção do túnel Santos-Guarujá, marcado para o dia 5 de janeiro, reúne grandes expectativas.
As empresas participantes, Acciona e Mota-Engil, trazem uma vasta experiência em projetos de infraestrutura. A Acciona é conhecida por suas obras na Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo, enquanto a Mota-Engil tem um contrato recente com a Petrobras para serviços em plataformas offshore, reforçando sua credibilidade no setor.
Investimento e Aporte Público
O investimento total para a construção do túnel está estimado em R$ 6,8 bilhões.
Deste montante, até R$ 5,14 bilhões serão oriundos de aporte público, com a divisão igualitária entre o governo de São Paulo e o governo federal. O restante do valor será coberto pela iniciativa privada, mostrando um forte comprometimento dos governos na melhoria da infraestrutura do estado.
Características do Túnel
O túnel Santos-Guarujá terá uma extensão de 1,5 quilômetro, sendo 870 metros submersos.
Os módulos de concreto pré-moldados serão instalados no leito do canal portuário, garantindo segurança e eficiência. O projeto incluirá três faixas de rolamento em cada sentido, uma delas dedicada ao Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de ciclovia e espaço para pedestres.
Licenciamento e Estudos Ambientais
A obra já possui a licença ambiental prévia concedida pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), emitida em agosto de 2025.
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), apresentados em julho de 2024, demonstram que o túnel visa resolver um histórico gargalo de mobilidade entre os municípios.
Alternativas de Travessia e Tempo de Viagem
Atualmente, os usuários têm duas principais opções para cruzar entre Santos e Guarujá.
O primeiro é o trajeto de 43 km pela Rodovia Cônego Domênico Rangoni, que leva cerca de 60 minutos. A segunda opção é o sistema de balsas e barcas, que, dependendo das condições operacionais, pode variar entre 18 a 60 minutos.
Impacto na Mobilidade
Com a construção do túnel, o tempo de travessia deve ser reduzido para apenas dois minutos.
Essa mudança significará um alívio significativo para o atual sistema de travessias, que enfrenta congestionamentos frequentes, além de facilitar o tráfego na Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055).
Geração de Empregos
A obra é projetada para gerar milhares de empregos, tanto diretos quanto indiretos, na fase de construção e operação do túnel.
Essa geração de empregos é um ponto destacado pelo governo federal, que vê a obra como uma oportunidade para estimular a economia local e melhorar a qualidade de vida da população.
Potencial Transformador do Túnel
O túnel Santos-Guarujá é considerado uma das obras mais emblemáticas do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que a obra não apenas encurtará distâncias, mas também fortalecerá o turismo e ampliará a eficiência logística do Porto de Santos.
Sustentabilidade e Mobilidade Verde
Com a inclusão de uma ciclovia e espaço para pedestres, o projeto também promove a mobilidade sustentável.
Essa abordagem visa incentivar o uso de meios de transporte alternativos, contribuindo para a redução da emissão de gases poluentes e melhorando a qualidade do ar na região.
Desafios e Oportunidades
Apesar das expectativas positivas, a construção do túnel também traz desafios significativos.
É imprescindível que os governos e as empresas envolvidas garantam que o projeto respeite as normas ambientais e seja executado dentro dos prazos estabelecidos para evitar contratempos.
O Futuro da Mobilidade na Região
O túnel Santos-Guarujá representa um passo importante para o futuro da mobilidade na Baixada Santista.
Com a promessa de reduzir o tempo de deslocamento e melhorar a infraestrutura, a obra se posiciona como um modelo a ser seguido em outros projetos de mobilidade urbana no Brasil.
Conclusão
A construção do túnel entre Santos e Guarujá não é apenas uma questão de infraestrutura, mas um projeto que promete transformar a mobilidade urbana na região.
Com um investimento significativo e a participação de empresas de renome, a expectativa é de que essa obra traga benefícios duradouros para a comunidade local e para a economia do estado de São Paulo.