O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu nesta segunda-feira (18) o julgamento que vai decidir se mulheres vítimas de violência doméstica podem receber benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)

O caso envolve benefícios do INSS para mulheres afastadas do trabalho por medidas protetivas. Entenda os detalhes dessa discussão e o que está em jogo.

A proteção às mulheres vítimas de violência doméstica ganhou destaque com um julgamento no Supremo Tribunal Federal. A decisão, que pode impactar milhões de brasileiras, foi temporariamente suspensa.

O Que Diz a Lei Maria da Penha?

A Lei Maria da Penha garante a manutenção do vínculo empregatício por até seis meses. Isso se aplica quando a vítima precisa se afastar do trabalho por medidas protetivas.

A legislação visa proteger a integridade física e psicológica das mulheres. A manutenção da renda é essencial para sua segurança e independência.

Detalhes do Julgamento no STF

O julgamento começou em 8 de agosto de 2025, no plenário virtual. Ele decidiria se o INSS deve pagar benefícios às vítimas durante o afastamento.

A análise estava prevista para terminar às 23h59 de 18 de agosto. A suspensão adiou a decisão final do Supremo.

Por Que o Julgamento Foi Suspenso?

O ministro Nunes Marques pediu vista para analisar o caso. Não há data definida para a retomada do julgamento.

Esse pedido interrompeu o processo, apesar da maioria formada. A espera por uma decisão final continua.

Voto do Relator Flávio Dino

Flávio Dino defendeu que vítimas tenham direito a benefícios previdenciários ou assistenciais. Ele argumentou que a proteção inclui a manutenção da renda.

Seu voto enfatiza a dignidade e a segurança das mulheres. A proposta considera o vínculo com a seguridade social.

Quem Apoia a Proposta de Benefícios?

Oito ministros seguiram o voto de Flávio Dino até o momento. Eles incluem Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Edson Fachin e André Mendonça também apoiaram. A maioria já está formada, mas não oficializada.

Benefícios para Seguradas do INSS

Seguradas do Regime Geral de Previdência Social terão os primeiros 15 dias pagos pelo empregador. O INSS cobre o período restante do afastamento.

Contribuintes individuais ou facultativas recebem o benefício integral do INSS. Isso inclui autônomas e seguradas especiais.

Direitos das Não Seguradas

Mulheres sem vínculo com o INSS podem receber o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A Justiça deve comprovar a falta de meios para sustento.

O BPC garante renda mínima a quem não tem outras fontes. É uma medida assistencial para casos de vulnerabilidade.

Como Funciona o Auxílio por Incapacidade?

O INSS já concede auxílio por incapacidade temporária em casos de violência. Isso ocorre quando a vítima fica impossibilitada de trabalhar.

O benefício é pago após avaliação médica ou social. Ele visa apoiar a recuperação da vítima.

Responsabilização dos Agressores

O INSS pode acionar a Justiça para cobrar agressores pelos benefícios pagos. Ações regressivas buscam ressarcir os cofres públicos.

Essas ações são julgadas na Justiça Federal. Elas reforçam a responsabilização dos responsáveis pela violência.

Impacto nos Cofres Públicos

O pagamento de benefícios pode aumentar os gastos do INSS. Porém, ações regressivas contra agressores podem mitigar o impacto.

Não há estimativas oficiais do custo total do programa. O foco está na proteção das vítimas, não no orçamento.

Competência da Justiça Estadual

Flávio Dino defendeu que a Justiça estadual pode determinar os benefícios. Isso inclui varas de violência doméstica.

O INSS contestou, alegando competência da Justiça Federal. O STF ainda definirá a jurisdição final.

Próximos Passos do Julgamento

O julgamento será retomado após a análise de Nunes Marques. Não há previsão para a nova data.

A decisão terá repercussão geral, afetando casos similares. Isso uniformizará a aplicação da lei em todo o país.

Importância da Proteção às Vítimas

A violência doméstica afeta 1 em cada 4 mulheres no Brasil, segundo dados de 2023. Garantir renda durante o afastamento é crucial para sua segurança.

A decisão do STF pode fortalecer políticas públicas de proteção. Isso reforça o compromisso com os direitos humanos.

Resumo

O STF suspendeu o julgamento sobre benefícios do INSS para vítimas de violência doméstica. Oito ministros apoiam a proposta de Flávio Dino a favor dos pagamentos.

A Lei Maria da Penha garante o vínculo empregatício por seis meses. A decisão final definirá como seguradas e não seguradas serão beneficiadas.

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