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Tarifaço Falha em Beneficiar Americanos, Afirma Economista de Harvard

O Tarifaço de Trump: Uma Análise sobre sua Ineficácia

O “tarifaço” implementado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem gerado debates acalorados entre economistas e especialistas em comércio internacional. O foco dessa política tarifária, que visa taxar produtos importados, é visto como uma tentativa de proteger a economia americana e incentivar a produção interna.

No entanto, as críticas surgem, principalmente de profissionais renomados, que questionam a real eficácia dessas medidas. O professor e economista da Universidade de Harvard, Dani Rodrik, se destaca entre os críticos, apresentando argumentos que sugerem que essa abordagem pode ser mais prejudicial do que benéfica para os próprios americanos.

O que é o Tarifaço?

O Tarifaço refere-se a uma série de tarifas impostas por Donald Trump sobre produtos importados, com o intuito de proteger indústrias americanas. Essa política se tornou um dos pilares do seu governo, prometendo revitalizar a economia local e criar empregos.

As tarifas, que podem chegar a 50%, têm como alvo produtos de diversos países, incluindo o Brasil. Essa abordagem é vista como uma forma de incentivar a produção interna, mas as consequências começam a gerar questionamentos sobre sua efetividade e impactos a longo prazo.

Críticas de Dani Rodrik

Dani Rodrik, economista da Universidade de Harvard, é um dos críticos mais proeminentes do Tarifaço. Em suas declarações, ele argumenta que as tarifas não apenas falham em alcançar os objetivos prometidos, como também podem ser autodestrutivas para a economia americana. Para ele, o nacionalismo econômico defendido por Trump não é suficientemente robusto.

Rodrik afirma que a estratégia de Trump não serve ao verdadeiro interesse econômico dos Estados Unidos. Em vez de promover uma indústria forte e uma classe média robusta, as tarifas podem estar contribuindo para um ciclo vicioso de dependência e ineficiência.

Impacto sobre o Brasil

Os produtos brasileiros foram severamente afetados pelo Tarifaço, com uma tarifa de 50% entrando em vigor em agosto de 2023. Essa medida, segundo o governo brasileiro, impacta cerca de 35,9% das exportações do país para os Estados Unidos, representando uma preocupação significativa para a economia nacional.

Com cerca de 700 produtos isentos das tarifas, o Brasil tenta mitigar os danos, mas a medida ainda é vista como um golpe para diversos setores exportadores que já enfrentam desafios em um mercado global competitivo.

Aumento da Arrecadação?

Uma das justificativas para a implementação do Tarifaço é o aumento na arrecadação fiscal. No entanto, Rodrik destaca que, embora possa haver um aumento nas receitas, isso não se traduz necessariamente em melhores empregos ou melhorias na qualidade de vida para os americanos.

As tarifas podem beneficiar setores específicos da manufatura, mas a ligação entre lucros crescentes e investimentos em inovação ou contratação de novos funcionários é incerta. Muitas vezes, os lucros são revertidos para acionistas e executivos, ao invés de serem reinvestidos na força de trabalho.

Tarifas Temporárias

Rodrik propõe que, se as tarifas forem adotadas, devem ser medidas temporárias, parte de uma estratégia mais ampla que inclua políticas internas para estimular a economia. Ele acredita que as tarifas, por si só, não podem ser a solução principal para os desafios econômicos enfrentados.

O economista argumenta que é necessário um conjunto de políticas que protejam setores vulneráveis, promovam a inovação e garantam a criação de empregos de qualidade, ao invés de depender apenas de tarifas que podem gerar efeitos colaterais indesejados.

Exemplo do Modelo Chinês

Rodrik cita a China como um exemplo de um país que tem seguido políticas de crescimento econômico bem planejadas. A abordagem chinesa se concentra em proteger interesses econômicos nacionais, mas de uma forma que favorece o desenvolvimento sustentável e a inovação.

Para Rodrik, essa estratégia é diferente do Tarifaço de Trump, que pode não estar alinhada com os interesses de longo prazo dos Estados Unidos. A política chinesa demonstra que a proteção econômica não deve ser uma resposta única, mas parte de uma estratégia integrada e bem fundamentada.

Investimentos no Brasil

As consequências do Tarifaço nos investimentos brasileiros são palpáveis. O governo brasileiro lançou o Plano Brasil Soberano para mitigar os impactos das tarifas. A proposta busca fortalecer a economia interna e apoiar os produtores afetados.

Esse plano é uma tentativa de garantir que a economia brasileira não sofra danos irreparáveis, ao mesmo tempo em que busca diversificar os mercados e reduzir a dependência do mercado americano, que se mostra volátil em suas políticas tarifárias.

Cortes na Ajuda Internacional

As políticas de Trump também foram criticadas em relação ao fechamento da Usaid, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional. Os cortes na ajuda externa impactaram severamente ações humanitárias, levando à perda de vidas e a um retrocesso em muitos países em desenvolvimento.

Alex Soros, presidente do Conselho da Open Society, destacou que essas medidas não refletem os verdadeiros interesses americanos e criticou a direção que a política externa dos EUA está tomando sob a administração de Trump.

Reações ao Tarifaço

A repercussão do Tarifaço é ampla e envolve uma série de reações de líderes e especialistas ao redor do mundo. O fechamento da Usaid e as tarifas impostas levantam questões sobre a responsabilidade dos Estados Unidos em um contexto global e a sua posição de liderança em questões humanitárias.

Os cortes na ajuda internacional e a adoção de políticas protecionistas são vistas como um retrocesso, afetando não apenas as economias em desenvolvimento, mas também a imagem dos Estados Unidos no cenário global.

Desigualdade e Cortes

A diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello, enfatiza que os cortes feitos por Trump prejudicam principalmente os países pobres. A desigualdade global não pode ser enfrentada de forma isolada e requer um esforço colaborativo entre nações.

A crítica de Campello ressalta a importância de considerar o impacto das políticas econômicas e comerciais sobre as populações mais vulneráveis, que são as mais afetadas por decisões unilaterais que priorizam interesses comerciais sobre a dignidade humana.

Políticas Públicas e Inclusão

O seminário Globalização, Desenvolvimento e Democracia, realizado no BNDES, também abordou a necessidade de políticas públicas que atendam às populações marginalizadas. A Open Society Foundations anunciou um plano de investimento focado em comunidades historicamente desfavorecidas na América Latina.

Com foco em promover acesso a serviços e garantir empregos de qualidade, essa estratégia busca reverter os efeitos adversos de políticas como o Tarifaço e fomentar um desenvolvimento inclusivo, que beneficie amplamente a sociedade.

Resumo

O Tarifaço promovido por Donald Trump gera uma série de críticas, principalmente sobre sua eficácia para a economia americana. Dani Rodrik destaca que essa abordagem não atende aos interesses nacionais, podendo ser autodestrutiva.

As tarifas, além de afetarem os produtos brasileiros, não garantem a criação de empregos de qualidade nos EUA, refletindo um aumento de lucros que não se reverte em benefícios para a classe média. A análise de Rodrik sugere que a estratégia deve ser temporária e integrada a políticas internas mais robustas.

A repercussão do Tarifaço se estende às relações internacionais, afetando a ajuda a países em desenvolvimento e levantando preocupações sobre a desigualdade global. As críticas enfatizam a necessidade de uma abordagem mais colaborativa e inclusiva nas políticas econômicas.

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